21 de set. de 2012

Infinita Escuridão!


  Coberto por sentimentos ruins
  Arrasto-me pela miséria do ser
  Beijando o asfalto do fim
  Onde não consigo me entender.
 
  Meus olhos dotados de lágrimas
  Minha alma dotada de escuridão
  Apaga a chama que um dia sorriu
  Apaga o amor do meu coração.
 
   Sem alegria, apenas tristeza
   Meus lábios parecem implorar
   Para que alguém atenda meu pedido
   E rapidamente consiga me matar.
 
   No entanto, encontro um caixão
   Aos poucos fico com medo de esconder
   A tristeza que irradia meu reflexo
   E que sufoca todo o meu ser!

11 de set. de 2012

Duelo de Amantes


Não sei quem encantou quem primeiro. Enquanto eu corria em busca do seu olhar e me perdia no mistério das escadas quebradiças de Hera, uma voz da garota de vermelho se pronunciou e terminou a hipnose daquele momento. Confundido pelos segredos pertinentes da moça de rubi, busquei abrir todas as portas da sedução e foi ai que me perdi num deserto gelado de confusão.
Primeiro, eu sabia que estar com a sedução era um instante de puro prazer e que mais tarde era a outra que eu iria escolher.
Segundo, a outra podia nesse meio tempo selar seu destino amoroso, me fazendo ficar eternamente atrás das cortinas do espetáculo, chorando com a peça e procurando entender onde minhas falas se perderam no teatro do renascer.
Com esse dilema em jogo, tentei me desvencilhar de todas as tentações que a garota de vermelho me causava, só que o fogo consumia o meu corpo sempre que ela me tocava, parecia que essa paixão queimava aos poucos toda a minha razão, até o dia em que ela resolveu me deixar e foi para o inferno conquistar.
Sem essa chama, fiquei com uma lanterna em meio á escuridão e subi correndo as escadas da vida procurando chegar a tempo da peça começar.
Só que quando eu cheguei fiquei paralisado com a cena, a lanterna aos poucos foi caindo entre meus dedos, meu amor saiu do meu controle, o coração escapou. Vislumbrei em sua boca uma rosa, e outro rapaz beijando seus lábios de verão.
Com a cabeça baixa e olhando o corredor repleto de tristeza e empecilhos, chorei pelos momentos de prazeres que consumiram tudo o que eu tinha.
Com a cabeça erguida e olhando o palco repleto de felicidade e leveza, peguei o lenço da minha amada que havia caído no chão, virei ás costas para uma vida de certezas!

5 de set. de 2012

Espinhos


O melhor da rotina foi ouvir a voz bonita da bruxa distorcida em roupa elegante e simples! Hoje foi o seu aniversário, não tive coragem de lhe dar os parabéns, porém só a troca de calor que nossas pernas ofereceram foi o suficiente para o começo do fim! Agora nossos caminhos estarão para sempre separados por ruas oceânicas, para depois chegar o cheiro da chuva e por último os raios anunciando a infinita tempestade, com o sol devorando o negro céu e as estrelas brilhantes engolindo a felicidade!
Com meu cavalo branco e minha armadura celestial, busquei destruir a maldição que habita a pedra vermelha cravejada no meu peito, com minha espada medieval e minha força de vontade tentei destruir seus espinhos que me impediam de chegar à felicidade.
E quando eu te encontrei, pra minha grata surpresa, você sorria sentada no trono vestindo uma capa negra, segurando um cajado com forças do mal, aguardando o momento certo para me destruir.
Seus olhos amargos e seus lábios encantados juntos pronunciam esses versos que unidos o tornam macabro:
No céu despejo o pó da morte,
Na Terra seduzo os mortais
Será difícil alguém me destruir
E o bem vencerá? Jamais!

Prefiro beber o seu sangue no cálice
Brindar a dor e o sofrimento
E nem a alegria mais disponível
Terminará o seu tormento!

Andando pela rua encapuzada
Esperando o momento de a vítima aparecer
Para chegar o momento exato da minha decisão de
Quem vai viver e quem vai morrer!
Enquanto essas palavras eram despejadas através do céu sem luz e do mundo sem cor, a água da chuva começava a percorrer a minha pele e diminuindo assim o meu calor.
A bruxa começou a se aproximar com seu cajado apontado na minha direção, rápido, brandi a espada e começamos a duelar.
 Depois de alguns golpes, ela começou a ficar em vantagem, até o momento em que seu cajado derrubou minha espada para longe e meus joelhos atingiram o chão. Derrotado, pensei: Quando nos deparamos com essa palavra um desespero toma conta da nossa alma. Uma angústia, um vazio. Não preciso descrever muitos sentimentos que podem simplificar essa palavra, devido ao buraco que ela causa em nossos corações. E o medo que assombra os derrotados? Aqueles pensamentos de que no final eu nunca irei vencer? Nuvens negras, dias tristes, lágrimas que ardem o rosto de fúria. Parece que o mundo não apresenta nenhuma solução, contudo, a derrota nem sempre é ruim.
O melhor vencedor é aquele que já foi derrotado. O que aprendeu com as lições, com as escolhas da vida. Sabendo disso, como o heroi da história, levantei com honra e beijei os lábios mortais da bruxa, que começaram a me sufocar e tirar toda a minha energia.
Aos poucos minha pele começou a esticar e minha respiração ficou cada vez mais precária, minhas pernas ficaram dormentes, não conseguia mais senti-las, meus olhos apenas despejavam lágrimas de tristeza, a pedra vermelha dentro do meu peito começava a amolecer, e antes de eu fechar os olhos para o mundo, vi a morte banhada no céu, o preto e branco sem fim, uma infinidade de maldade sobrevoando meu triste fim.
Antes de morrer, com os olhos fechados, senti as unhas da bruxa penetrarem o meu pescoço e retirarem o meu sangue para colocar no cálice vazio.
Cheia de sede, ela logo começou a beber e para sua grande surpresa, meu sangue a matou. Ela não sabia que a maldade é sempre destruída com o sangue de alguém que tem bom coração.
Abri os olhos pela última vez e vislumbrei as cores, a que mais me chamou a atenção foi a azul!