11 de mai. de 2013

A Última História


  Como escrever o meu adeus?                                                        (Jim Warren)
  Depois de cinquenta e dois textos, chego ao final do primeiro ano do blog com a “Última História”.
  Fico pensando se todas essas palavras, essas histórias, esses contos, esses personagens... Se todo esse mundo mágico valeu a pena.
  E para minha grande satisfação, chego a acreditar que sim. Nem todos os momentos foram fáceis. Vasculhei corredores sombrios para tentar descobrir a própria essência do acaso, acendi velas que iluminaram os segredos lendários. Corri de medo, beijei com amor. Fugi da mentira. Destruí a verdade em cacos. Senti a fantasia penetrar a inexistência e descobri que posso imaginar inimagináveis situações.
  Flutuei no mundo e usei as máscaras das minhas dezenas de personagens.
  Senti ardência em meus pensamentos ao publicar cada Mensagem, viajei pelo poema sinistro de Candelabro e pelo poema de esperança chamado Conquista. Sozinho, pedi Perdão      para o Vazio. Desejei Infeliz Aniversário para os meus inimigos, no ano novo disse Dois Mil e Tudo aos meus amigos. Tentei me esconder de Zlobu naquela terrível aventura que muitos dizem que foi bom. Aliás, foi o primeiro grande sucesso do blog.
   Falei de amor em Se eu te amar e Sentimento Implacável. Fiquei sem palavras com as Lembranças que tive com Mariana, minha amada amiga. Depois disso, percorri caminhos de reflexão sobre a vida e sobre o passado, fiquei brincando com os leitores sobre o verdadeiro significado do termo “Sangue Azul’”, muito utilizado na Idade Média.
  Acabei sufocado num mundo de incertezas, tive medo, cheguei a pensar em desistir. Até o momento em que vislumbrei uma Fita Vermelha presa no cabelo da garota que trouxe Encantamentos para a minha vida e que irradiou Luz ao meu Coração Amaldiçoado. Vivi Sonhos de Inverno, ela me presenteou-me em Meus Dezenove Anos com uma Infinita Escuridão ao dizer-me que eu precisava participar do Duelo dos Amantes para conquistar a sua mão. Esse momento marcou a nossa Despedida, queria me matar com os Espinhos das flores do jardim. Ficava pensando na famosa frase “Ser Ou Não Ser”. De uma hora para outra a minha vida não fazia mais sentido.
   Sem você, minha deusa. Para alegrar as minhas noites, para beijar os meus lábios. Para dizer que me ama. Sofri uma forte angústia no peito, e resolvi compor a Serenata da Desilusão na Rua Netuno, 1993.
   A cada dia que passava, eu sentia mais falta das nossas histórias. Às vezes ficava olhando para o Espelho e me perguntava se eu era mais bonito que o “Don Juan” que a tirou de meus braços.
   Rastejei pelo chão como um homem miserável. Observei o Tic-Tac do tempo aos poucos me matar. Porém, as forças divinas foram boas ao mandarem um caminhão passar por cima do meu corpo e me destruir. Minha alma foi algemada pelo Assassino da Mente e levada para a Carruagem Invisível que me deixou Pisando no céu.
   Lá um anjo descobriu os meus pecados, e fez questão de me crucificar como O Vilão da nossa história. Condenado a vagar pela Estrada da Perdição, tirei do meu bolso uma cartola mágica que se fosse verdade, levaria a minha mente para a Lembrança dos Balões e confirmaria o primeiro ano dA Nossa Morte.
  Quero agradecer por cada frase, por cada palavra, por cada momento de insanidade. Esses cinquenta e dois textos podem ter ficado no passado, mas eles dificilmente deixarão as minhas lembranças. Pretendo guardar todos no meu inconsciente.
   
    “Eu possa me dizer do amor ( que tive):
     Que não seja imortal, posto que é chama
     Mas que seja infinito enquanto dure.”
                                                              ( Vinicius De Moraes, Soneto de Fidelidade)